Por Débora Andrades
O escritor norte-americano Dan Brown, que se tornou uma estrela mundial com O Código da Vinci, já antes sabia como escrever e orquestrar histórias cativantes, capazes de prender o leitor da primeira à última página. Aproveitando a onda de sucesso do maior bestseller dos últimos tempos, a Bertarnd aproveitou para lançar as obras inéditas de Dan Brown em Portugal.
Assim, depois de Anjos & Demônios chegou a vez de A Conspiração, onde, desta vez, no lugar de um enredo relacionado com religião, temos por tema base a política (no caso norte-americano) e a conquista do espaço.
Como mote para esta aventura temos uma renhida corrida eleitoral à presidência dos Estados Unidos da América: De um lado, o presidente em exercício, Zachary Herney, aparentemente um político íntegro; do outro, surge o pouco escrupuloso senador Sedgwick Sexton. No centro da campanha está a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), acusada por Sexton de desperdiçar os dinheiros públicos que poderiam ser canalizados para outras áreas. Assim, o senador-candidato pretende privatizar a Nasa de forma a reduzir as despesas, tentando, entretanto, desacreditar o organismo. Na própria Nasa nem tudo corre pelo melhor e uma série de missões falhadas, ou inconclusivas, levam a que a tarefa do senador até se torne mais fácil.
Mas, surge uma reviravolta estrondosa. A Nasa descobre no Árctico um meteorito que poderá servir para demonstrar, finalmente, que há vida extraterrestre. Esta será a descoberta que poderá devolver o prestígio perdido da Nasa e, em consequência, ajudar à reeleição do presidente que sempre apoiou a agência espacial. Só que entra o talento de Dan Brown para criar uma boa intriga, que sabe gerir como poucos, de forma a manter sempre preso o leitor
Uma das principais personagens da história é a investigadora Rachel Saxton, que trabalha para os serviços secretos norte-americanos, portanto ligada à presidência, e é, ao mesmo tempo, como o nome indica, filha do senador Saxton – de quem, contudo, não gosta mesmo nada, já que nutre um ódio incomensurável pelo pai, a quem responsabiliza pela morte da mãe.
O curioso da questão é que Rachel é uma das escolhidas para confirmar a autenticidade do meteorito do Árctico. O problema é que acaba por descobrir que tudo não passa de um embuste. Mas, o que não falta neste livro são reviravoltas e o que hoje é verdade amanhã…
No seu estilo de capítulos curtos, quase cinematográfico, Dan Brown apresenta mais um livro empolgante, que servirá, por certo, para cativar muitos leitores, mesmo aqueles que não têm a leitura entre os seus hábitos principais. Para os que têm, está na hora de pôr os preconceitos de parte e aproveitar para se deixar embrenhar numa aventura bem construída que tanto se desenrola no terreno, no caso bem no meio do gelo, como nos bastidores da alta política norte-americana.
A Conspiração é, sem dúvida, um thriller a não perder com a promessa, a quem o começar a ler, que não será fácil largá-lo. E afinal, o que se espera de um livro?
Factos reais
A título de curiosidade refira-se o enredo de A Conspiração se baseia num facto real ocorrido em 1996, ano em que cientistas da Nasa descobriram o meteoritoALH84001, denominado Allen Hills, no qual, disseram, havia vestígios fósseis de vida extraterrestre microbiana. Surgiu uma forte polémica à volta da veracidade destas afirmações, mas recentemente foi possível confirmar que a origem daquele pedaço de rocha era o planeta Marte, mais precisamente Eos Chasma, região que integra um sistema de desfiladeiros.
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