sexta-feira, 30 de maio de 2014

ANIMAIS: TOME OS DEVIDOS CUIDADOS

Carrapato não é brincadeira, aprenda a se prevenir

Por Débora Andrades


Os carrapatos se alimentam de sangue e são aracnídeos. São conhecidos como parasitas porque se instalam na pele dos animais (ou de humanos) e se alimentam deles. O tipo mais encontrado nos animais (principalmente no cachorro) é o Rhipicephalus sanguineus, conhecido como carrapato-vermelho-do-cão. Em regiões mais rurais pode ser encontrado o Amblyomma, ou carrapato estrela. Eles são transmissores de doenças e devem ser combatidos.
Conhecida popularmente como doença do carrapato, a Erlichiose é transmitida pelo carrapato-vermelho-do-cão. Nos cães, o carrapato transmissor da doença é o Erlichia canis. A transmissão se dá quando o carrapato ataca um cão já contaminado pela Erlichia se contaminando e, posteriormente, ao atacar um cão sadio, faz com que a doença penetre em sua corrente sanguínea, causando anemia pela destruição das células vermelhas.
Além dessa doença, existem mais doenças que podem ser transmitidas por várias espécies do carrapato, fique atento para tratar:
*Gostaria de ressaltar que nada substitui consulta e tratamento médico-veterinário
Babesiose: Causa uma severa anemia que pode danificar o fígado, os rins e o baço. O primeiro sintoma é uma febre de 41 º C ou mais. A urina fica escura por causa da presença de sangue e algumas vezes a doença causa sintomas neurológicos, como ranger de dentes ou comportamento trôpego. Ela costuma matar os cachorros em quatro dias. Para tratar a babesiose, usam-se drogas antiprotozoárias. No Brasil, a maior incidência de casos de Babesiose se dá no nordeste, sendo menos comum nos estados do Sul e do Sudeste.
Erliquiose: Produz uma ampla variedade de sintomas, desde sangramento nasal, febre de até 40,5º C até a supressão do sistema imunológico. A opção para tratamento são antibióticos, como tetraciclina. São encontrados casos da doença em todas as regiões do Brasil.


Doença de Lyme: No Brasil, foram encontrados focos em São Paulo, Santa Catarina e no Rio Grande do Norte. O carrapato precisa sugar de 12 a 24 horas para transmitir a doença. Cães com doença de Lyme geralmente mancam, ficam desanimados e têm febre alta. Raramente apresentam erupção na pele, em formato de olho de boi, mas o pelo dificulta a percepção deste problema. O tratamento é feito com antibióticos.

Febre maculosa: Causa febre alta, rigidez, respiração difícil, vômito, diarreia, edema na pata e no focinho, sangramento nasal, na urina e nas fezes. Para que se fique infectado, o carrapato precisa sugar no mínimo quatro horas. Antibióticos, como doxiciclina, revertem os sintomas em um ou dois dias, se a doença for diagnosticada logo no começo. Essa doença pode ser muito grave, levando à hospitalização, registrando sequelas e casos fatais. No Brasil, os casos mais notados estão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Pernambuco.

Paralisia do carrapato: Acredita-se que seja causada por uma neurotoxina existente na saliva do carrapato que, vagarosamente, paralisa o cachorro em um período de 48 a 72 horas. Se todos os carrapatos forem removidos, a paralisia normalmente desaparece em cerca de um dia.

Removendo o carrapato de maneira correta:

Ao retirar o carrapato manualmente, não use os dedos e sim uma pinça com pontas cegas ou uma pinça hemostática;
Cuide também de você. Coloque luvas médicas descartáveis e mantenha cuidado para não esmagar o carrapato na hora da remoção;
Agarre o corpo bem próximo à pele do animal e puxe-o para fora, em linha reta, suavemente, na direção oposta da extremidade da boca do carrapato. Isso fará com que a boca do carrapato se solte mais facilmente, ao invés de arrancar a cabeça enterrada na musculatura do seu animal;
É bem provável que o carrapato saia com um pedacinho de pele, mas não se preocupe. É raro acontecer também de a cabeça se soltar do corpo e ficar dentro da pele, mas não se preocupe, isso não deverá causar grandes problemas. Ou o corpo do animal absorverá o material ou o expelirá em alguns dias.

Cuidados posteriores:

Lave o local da picada com sabão líquido antisséptico a base de clorexidina ou passe um cotonete com um pouco de água oxigenada;
Aplique uma pomada antibiótica de neomicina e bacitracina;
Quando se remove o carrapato, é normal ficar uma saliência do tamanho de uma espinha. Deve desaparecer em 1 ou 2 dias, mas caso isso não aconteça e a saliência ficar do tamanho de uma ervilha, saia correndo para o veterinário. É provável que ele receite um antibiótico, como tetraciclina.
Uma picada de qualquer tipo de carrapato pode causar paralisia, que geralmente atinge primeiro as patas traseiras. Se o animal começar, repentinamente, a puxar as patas traseiras ou tiver dificuldades de se movimentar, saia correndo para o verinário, como sugerimos também no caso acima. A maioria dos casos durará pouco tempo depois que o carrapato for removido.

Como evitar a proliferação do carrapato em seu cão e no ambiente:

Cheque regularmente a pelagem do seu cão em busca de carrapatos;
Use coleiras de proteção carrapaticidas, mas tenha certeza que seu bichinho não tem alergia;
Dê banhos carrapaticidas e nos casos de infestação, renove o banho a cada 15 dias, mas também verifique se ele não tem alergia;
Em cães com pelo longo, tose na época do verão, porque a incidência de carrapatos é maior.
Cheque, principalmente, as áreas que o cão tem dificuldade em alcançar, como orelhas, patas, costas e cabeça. Atualmente, o produto mais indicado pelos veterinários é o Frontiline Spray ou ampola.
Para o ambiente, dedetize com produtos carrapaticidas, e, se for o caso, peça uma dedetização profissional.

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