sexta-feira, 11 de julho de 2014

Tabaco

87% se arrepende de fumar, diz pesquisa


Larissa Ferreira


De acordo com os resultados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), que fazem parte da Pesquisa Internacional de Tabagismo (ITC, na sigla em inglês), coordenada pela Universidade de Waterloo, no Canadá, 87% dos fumantes do País, lamentam ter iniciado o consumo de tabaco. A pesquisa avalia políticas de combate e controle do tabagismo e revela que 80% dos fumantes tentaram largar o cigarro. Os pesquisadores entrevistaram 1.830 pessoas em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Além do Brasil, mais 20 países participaram.
Os brasileiros apresentam o maior índice de pessoas arrependidas, entre os países pesquisados da América Latina. Em seguida vem o México (74%) e Uruguai com (66%). De acordo com o levantamento, os fumantes mais arrependidos são os da Tailândia (96%).
Ao todo no Brasil, 57% dos fumantes se sentem dependentes do cigarro, com um consumo médio de 17 cigarros por dia. Entre os fumantes do sexo masculino, 19% acendem o primeiro cigarro cinco minutos após acordar, já entre as mulheres, 18% delas acendem logo após despertar.
De acordo com a pesquisa, os cigarros tornaram-se menos acessíveis para a população entre 2009 e 2013, considerando o número de cigarros fumados por dia, o preço pago na compra de cigarros, a renda familiar e o número de adultos na residência do fumante. O fato é consequência do aumento dos impostos sobre o cigarro, sendo que a tributação mais que dobrou entre esse período. Além disso, metade dos fumantes entrevistados pensou em parar de fumar ou diminuir a quantidade de cigarros que fuma para economizar
Para a Secretaria Executiva do Inca, Tânia Cavalcante, o país está no caminho certo para reduzir os índices de fumantes. “O Brasil vem trabalhando duro para reduzir a prevalência de fumantes, especialmente entre os jovens e a população de baixa renda”.
Segundo uma psicóloga clínica é preciso identificar as situações que funcionem como gatilho para o ato. “É importante a pessoa saber o que faz fumar e o que mantém esse comportamento. Pode ser após as refeições, ansiedade, estresse, diversos fatores. O ideal é compreender isso e cuidar a partir da raiz do problema. Buscar tratamento psicológico é essencial para que juntos possam estabelecer um planejamento detalhado, com metas, para se obter uma mudança de acordo com o ritmo da pessoa”.
Segundo o estudante Jefferson Oliveira, o ideal é não ter a curiosidade de conhecer. “Eu queria nunca ter experimentado. Eu costumo tentar parar, consigo ficar até meses sem, mas acabo voltando. Como meu vício não é da química e sim do hábito”.
As três substâncias: Nicotina, Monóxido de Carbono (CO) e Alcatrão introduzidas no organismo pelo cigarro, causam danos imediatos, desenvolvendo uma lista extensa de males, como o aumento na pressão arterial, frequência cardíaca, risco de infartos e derrame cerebral.
O Ministério da Saúde (2001) informa que a fumaça do cigarro reúne, aproximadamente, 4,7 mil substâncias tóxicas diferentes e muitas delas são cancerígenas. Doenças de pele e risco de infertilidade para as mulheres também são grandes.

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